Todas as manhãs acordava bem cedo para experimentar algo de novo. O que servia guardava dentro da minha mala, o que não servia deitava fora. Sempre tentei fazer isso, mas era rara a vez que colocava algo no lixo. Era tudo tão bonito e tão perfeito. Para mim nada tinha defeitos. Após muitos dias sempre com a mesma rotina, tinha chegado a hora de juntar todos os trapinhos e partir. Pego na mala, meto e chapéu e estou pronta, mas... assim que agarro na mala e a levanto ela rasga-se e começo a ver o pano de xadrez que tanto gostava a cair, depois o das riscas azuis, a seguir o amarelo torrado... Que tristeza que senti ao olhar para eles. Estavam todos caidos no chão e sujos de terra e uns até tinham sido levados pela corrente do rio.
Fiquei sozinha. Apenas tinha a companhia do meu chapéu e da minha mala. Mas visto bem, esses dois companheiros foram os únicos que estiveram sempre presentes e me ajudaram a ultrapassar todas as barreiras. Decidi ajuda-los. Ao chapéu meti-lhe um laço e a mala cosia. Não precisava de mais nada.
Agora, não há nem ventos nem chuvas que nos quebrem a passagem. Estou parada sim, estou a descansar e à espera que pare de chover para passar para o outro lado do rio.
Adorei completamente gaby.
ResponderEliminarmuito bom, parabéns.
Esta é a Gabriela que eu aprendi a conhecer. Uma Gabriela forte que não desiste à primeira tentativa, ou à seguda, ou à terceira...
ResponderEliminarQue toda a tua vida seja assim: sem choros pelo leite outrora derramado.
Usa e abusa de laços, linhas e agulhas...